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CONHECER, VIVER E ENSINAR.



INTRODUÇÃO


Ensinar a Palavra de Deus é algo sublime e uma tarefa nobre que alguém pode exercer sobre a Terra. No cumprimento de Seus propósitos educacionais, o Criador conta com homens e mulheres que se disponham a ser usados por Ele. No entanto, para que isso aconteça, alguns requisitos são necessários, a saber: o aprendizado quanto aos conhecimentos bíblico e secular; o nível de espiritualidade e maturidade cristã e as habilidades didático-pedagógicas necessárias àqueles que foram vocacionados ao ministério do ensino. A partir dessas primícias, nesta sucinta abordagem veremos a necessidade e a importância do aprender a conhecer; do conhecer para viver e do viver para ensinar.


1          APRENDER A CONHECER


O verbo conhecer pode ser entendido sobre perspectivas diversas. O dicionário Aurélio dá diferentes definições para o vocábulo: 1 - Ter noções e conhecimento de; 2 – saber (sobre); 3 - Ter relações com; 4 - Saber quem (alguém) é; 5 - Estar convencido de; 6 – Ver, distinguir; 7 - Ter indícios certos.
Do ponto de vista bíblico, Deus é a fonte de todo conhecimento. Ele dá o saber e o entendimento àqueles que o buscam (Pv 2.6). Deu a Salomão sabedoria, discernimento extraordinário e uma abrangência de conhecimento tão imensurável quanto a areia do mar (1Rs 4.29).
A Bíblia é enfática quanto à necessidade do conhecimento: “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” (Jo 8.32). O desconhecimento da verdade gera dúvida e incerteza e pode conduzir à ruína (Os 4.6). Paulo adverte que os crentes devem crescer no “pleno conhecimento de Deus” (Cl 1.10). Também instruiu: "Julgai todas as cousas, retende o que é bom (1Ts 5.21). Como podemos julgar todas as coisas se não tivermos conhecimento delas? O apóstolo Pedro exorta os cristãos a crescerem “na graça e no conhecimento de nosso Senhor e salvador Jesus Cristo” (2 Pe 3.18).
Quando se trata do ministério de ensino, a exigência do conhecimento ainda é maior. Não podemos ensinar de qualquer maneira, pois Aquele que nos chama requer de nós excelência, dedicação e preparo adequado. Temas relacionados ao treinamento e ao aprendizado aparecem com frequência nas páginas da Bíblia (1Pe 3.15; 2Tm 2.15). Jesus nos mostrou a necessidade da preparação, ao selecionar doze homens e dedicar-se em prepará-los para o serviço do Reino de Deus (Mt 28.19,20).
Para atuar no ensino da EBD não é necessário que o professor seja formado em teologia, mas é essencial que tenha uma formação ampla, para que possa atender às demandas, na igreja local, por parte de um alunado cada vez mais exigente, em termos de conhecimento e cultura. É preciso ter prazer em estudar a Bíblia e desenvolver o hábito da leitura tanto de livros relacionados aos temas das aulas como de temas diversos. Como afirma o apóstolo Paulo, “se é ensinar que haja dedicação” (Rm 12.7).

2          CONHECER PARA VIVER


Ser professor da EBD é exercer uma função de grande valor para o Reino de Deus e para a igreja local. Ensinar lições bíblicas tem um poder transformador na vida das pessoas, tanto de quem leciona quanto de quem aprende. Um educador temente a Deus e consciente de sua responsabilidade perante a Ele e perante aqueles aos quais ensina, deve ser um exemplo a ser seguido.
O professor da EBD não é apenas um crente nascido de novo, mas alguém que ama a Palavra do Senhor e se protege contra a prática de um ensino que esteja desconectado da sua própria vida, praticando a forma mais eficaz do que aprendeu, como fruto do estudo e da obediência pessoal ao Criador.
Devemos decididamente aplicar as Escrituras a nós mesmos, não meramente àqueles a quem ensinamos. “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade" (1 João 2.3-4). Quem zela por uma vida consagrada a Deus, desviando-se do mal e tendo prazer na Palavra "será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará” (Sl 1.3).
Vejamos o exemplo de Esdras. Ele dispôs o seu coração para estudar a Palavra. Em seguida, aplicou as verdades aprendidas à sua própria vida. Finalmente, ele estava pronto para ensinar aquelas mesmas verdades aos outros (Ed 7.10).
 Assim como Esdras, o professor da EBD necessita dispor seu coração ao preparo ao ensino; manter uma vida espiritual consistente, sujeitando-se diariamente ao Espírito de Deus, alimentando a si mesmo de sua Palavra.
A Bíblia é firme quando trata da vida de quem ensina. Esta pessoa precisa ser "... APTO PARA ENSINAR" (2Tm 2.24), precisa ser uma pessoa DEDICADA AO ENSINO (Rm 12.7) e, como OBREIRO, precisa apresentar-se "...a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a Palavra da verdade" (2 Tm 2.15).
Jesus, o mestre por excelência, também é nosso exemplo supremo de um bom professor. Ele ensinava sempre que surgia oportunidade. Ele ensinava a poucos (Jo 3.3-21), ou a muitos (Mc 6.34); ensinava no Templo (Mc 12.35), nas casas (Mc 2.1,2), ou ao ar livre (Mt 5.1). Seus métodos eram os mais variados. Ele pregava sermões (Mt 5); usava ilustrações (Mt 5.13- 16); ensinava por parábolas (Mt 13.3), ou mesmo realizava um milagre para ensinar (Mt 12.9-13).

3          VIVER PARA ENSINAR


O ministério docente na EBD deve ser compreendido como um empreendimento sagrado que tem sua fundamentação na Santa Escritura e que promove “o aperfeiçoamento dos santos e a edificação do corpo de Cristo”. (Ef. 4.12) através do autêntico ensino da Palavra de Deus.
Diante disso, o professor da EBD tem uma grandiosa responsabilidade; ele carrega sobre si diferentes funções, estreitamente relacionada à formação espiritual, moral, social e cultural da Igreja. Por isso deve investir no ensino para que estas funções sejam cumpridas conforme a ordenança bíblica (Mt 28.19; Jo 15.2,16). O professor tem o poder de influenciar seu aluno decidir sobre: como será sua atuação na igreja; o quanto ele conhecerá a Bíblia; que tipo de comportamento ele terá em seu dia a dia; quais serão suas opiniões sobre assuntos polêmicos da sociedade moderna etc.
A grande preocupação do professor de EBD não deve está voltada para a perfeição da aula, mas se o que ele ensinou tem significado para seus alunos e/ou poderá despertá-los à mudança de conduta. Dessa forma, é importante que a aula seja um momento descontraído e os alunos possam se sentir a vontade para expressarem suas dúvidas, opiniões e experiências.
O planejamento da aula é outro aspecto de suma importância para a eficácia do ensino. Através do planejamento o professor define as diretrizes em relação ao que pretende fazer e como irá fazer. Nesse pensamento, o ato de planejar traz em si algumas funções básicas:
   Evitar a improvisação;
   Antever o futuro;
   Estabelecer caminhos norteadores;
   Prever o acompanhamento e a avaliação da própria ação.
É no planejamento que o professor antecipa, de forma organizada, seu trabalho educativo, identificando os objetivos que pretende atingir, indicando os conteúdos que serão desenvolvidos, selecionando os procedimentos metodológicos e prevendo quais os instrumentos que empregará para avaliar o progresso dos alunos (DORNAS, 2002).
Há quatro perguntas básicas que devem nortear a mente do professor a fim de que haja um aproveitamento necessário quanto à aprendizagem do aluno: por que ensino? para que ensino? o que ensino? a quem ensino?
  Tanto na introdução, na interpretação, na aplicação e na conclusão o professor deverá valer-se de estratégias que auxiliem e garantam o êxito de cada etapa da aula. Novamente, algumas perguntas lhe servirão de norte na seleção dos procedimentos didáticos: Qual é a melhor maneira de introduzir esta aula? Como posso interpretar de maneira interessante e atraente este texto com a classe? Que tipo de aplicação seria mais eficaz para esta aula? Como concluir com eficácia a minha aula? dentre outras.
Outro aspecto importante nas estratégias didáticas diz respeito ao uso do tempo. Quem já não viu um professor da EBD ser surpreendido pelo soar do sinal anunciando o término da aula. Alguns professores se queixam do pouco tempo reservado para o estudo em classe. Chegam dizer, frustrados, que a aula terminou exatamente quando começava a tratar da melhor parte do seu conteúdo. Os últimos capítulos da lição geralmente pouco são comentados. Isso acontece, todavia, não devido ao pouco tempo, mas sim da falta de planejamento. Quando não há planejamento da aula, não importa o tempo a ela reservado, tudo sairá dando a impressão de que está faltando algo. Se a aula for bem planejada, mesmo que o tempo seja curto, haverá produtividade e satisfação tanto dos alunos, como dos próprios professores (DORNAS, 2002, p.8).
A avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente no trabalho do professor. É através dela que podemos comparar os resultados obtidos com os objetivos propostos, a fim de identificar progressos, dificuldades e as correções necessárias.


CONCLUSÃO

O chamado ao ministério do ensino exige uma busca contínua do aprendizado e um crescimento constante diante do Senhor. Por isso, é de fundamental importância que o professor da EBD tenha convicção de que é vocacionado para ensinar e, sobretudo, chamado por Deus para esse honroso trabalho, bem como tenha consciência de que ensina por amor, gratidão e em obediência à Palavra. É por meio dessa consciência, que o professor busca: o preparo bíblico-espiritual; o preparo emocional e o preparo didático pedagógico, entendendo o propósito e o significado do que ensina.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

GRIGGS, Donald.
O manual do professor eficaz. Tradução de eslisa G. Pierre Gaadson e Julia Silveira Farias. Ed. Cultura cristã, São Paulo, 1997.
DORNAS, Lécio.
Socorro! Sou Professor da Escola Dominical - São Paulo: Hagnos, 2002.
HAYDT, R. Célia Cazaux. Curso de Didática Geral. São Paulo, Ática. 2000.
SILVA, A. Gilberto. A Escola Dominical 2ª Ed. CPAD, Rio de Janeiro, 2001.



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